segunda-feira, 1 de março de 2010

Vida sobre varias rodas

Desde os meus 12 anos de idade que eu viajo de ônibus por ai. Nasci em Itu, morei em Laranjal Paulista, me mudei para Boituva, e nestas andanças fiz amigos em varias cidades, por tanto, vivia visitando eles.
Mas, depois de voltar do Rock in Rio 2001, tive a noticia que iria estudar em Sorocaba, no Rubens de Faria. Pegava ônibus todos os dias. Para um jovem caipira do interior, aquilo era muito legal, viajar todos os dias. Mas acordar as cinco da madrugada de segunda a sexta, faz qualquer coisa perder a graça. Mas o fato mais interessante de se andar de ônibus, é observar as pessoas. Já vi de tudo, ou apenas acho que vi. Várias situações. Só não estive dentro de ônibus sequestrado. Mas isso não seria muito interessante, mas sim o fato de poder observar livremente como pessoas se comportam em um espaço público, o ônibus, agindo de forma individual, seu proprio assento. Meninas que por falta de uma limusine, se encontram obrigadas a dividir seu espaço com suvacos de trabalhadores depois de um dia árduo sobre algum andaime. Bêbados contadores de histórias, cantores de suas próprias misérias. É engraçado como estes tipos sempre foram ricos em tempos longinquos. Ou é tudo culpa do Collor.
Não imagino o motivo de tanta violência dentro do meu ser, mas bebados e miseraveis acendem em mim um ódio e uma vontade de arrebentar seus crânios contra qualquer superficie. Um sentimento muito parecido como o de Charles Baudelaire em "Espanquemos os pobres". Mas quando digo pobre, não pensem primeiro no saldo bancário do sujeito. Por se for deste jeito, serei muito pobre. Mas pobres de espirito e cultura, gente que reclama de tudo e todos, que arrumam encrenca dentro de ônibus e falam como se estivessem discursando sobre um palanque. Só de escrever este artigo já respiro diferente, revivendo momentos de ódio intenso para com estes sujeitos nojentos.
Por sorte, deles, ou minha, eu desconto toda a minha raiva de forma passifica, tocando guitarra, lutando e/ou fazendo sexo. Violência, essa é a palavra chave. Todos temos violência dentro de nós. Não importa onde ou quando, mas uma hora ela vem a tona. E estes crentes mediocres explodem, roubam, assassinam, estupram, matam os próprios filhos e depois usam a desculpa que estavam possuidos por Satanás, Lucifer, entre outras entidades vermelhas que instigam a violência e tudo que há de ruim no mundo.
Por isso eu expurgo a violência que há dentro de mim, ou viajens de ônibus comigo, seriam um inferno.

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